Afinal, o que é disrupção?

10 de janeiro de 2023

Ao mesmo tempo que desejada, a disrupção ainda é uma ideia muito mal entendida por grande parte das pessoas e empresas que lidam com inovação nos dias de hoje. Por isso, para tentar jogar mais luzes nesse importante conceito, é preciso dar um passo atrás.

A primeira aparição do termo aconteceu em 1995, quando o professor de Harvard, Clayton Christensen, publicou o artigo “Disrupting Technologies: Catching the Wave” (Tecnologias Disruptivas: Surfando na Onda, em tradução livre).

Interessado em compreender como pequenas, e aparentemente inofensivas, empresas surgiam e cresciam e se tornavam gigantes mudando regras e modelos de negócios , dois anos depois ele consolidou a sua teoria no essencial “ O Dilema Da Inovação – Quando As Novas Tecnologias Levam As Empresas Ao Fracasso ”, lançado no Brasil em 2011 pela Editora MBOOKS.

E a coisa mais importante que ele descobriu é que a disrupção não é um evento, mas sim um processo . E um processo que desestabiliza justamente quem acredita-se invulnerável.

Graças ao poder das grandes ideias, a disrupção alavanca o capitalismo sacudindo, e às vezes aniquilando, a concorrência ao literalmente desprezar quem se acredita “too big to fail” (grande demais para quebrar, em tradução livre).

É que a disrupção desafia os players consolidados de um mercado ao apresentar um produto/serviço geralmente mais simples e mais barato que seus concorrentes a uma fatia do público que até então não tinha acesso a tal solução.

A partir daí, “mordendo pelas beiradas”, como se diz no jargão popular, a solução que era periférica acaba se tornando a principal, como num piscar de olhos.

A disrupção não é tecnologia, mas a tecnologia acelera a disrupção.

A disrupção não é um fenômeno dos tempos modernos e ultra tecnológicos. Mas aproveita como ninguém das facilidades proporcionadas pela internet – assim, processos que levariam “muitas décadas” no mundo analógico se transformam em “poucos anos” no mundo contemporâneo.

Foi assim, por exemplo, com o YouTube. No princípio, os grandes estúdios de cinema e as principais emissoras de TV simplesmente menosprezaram o site que oferecia a qualquer pessoa a chance de ter seu próprio canal de vídeos. Hoje, já existe até uma categoria de profissionais que vive (e muito bem!) exclusivamente da plataforma – os youtubers.

Plataformas streaming como Netflix e HBO Go! acabaram com as videolocadoras. Aplicativos de transporte, como o Uber e a 99, ainda incomodam bastante os serviços de táxi. Assim como o Airbnb já briga – e há quem diga que já vença – a tradicionalíssima indústria hoteleira.


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